quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Promessas, promessas, promessas

Eu sempre faço promessas para o ano novo. Guardo num papel em um pote. E de vez em quando vou e dou uma olhada. Tem algumas que estão lá há uns bons anos e nada... Este ano então vou inovar. Claro que não abandonarei as promessas -- elas são uma espécie de garantia de que o ano novo será bom, ou melhor (depende do ano que passou). Mas vou fazê-las no blog. Assim, quem sabe, algum dia alguém me cobra o cumprimento das ditas.
Tenho duas listas de promessas. As positivas e as negativas. As do "fazer mais" e as do "fazer menos". Não me arrisco com as do "não fazer", porque aí sim seria garantir a falta de cumprimento do acordo firmado entre eu e os astros (a gente tem que fazer promessa para algo ou alguém, certo?).
Vamos lá. Para cada fazer mais, um correspondente fazer menos:
Comer menos carne & comer mais frutas e beber mais água
Correr menos & praticar mais esporte
Estressar menos & refletir mais
Ler menos porcarias & ler mais
Ver menos TV & ir mais ao cinema
Trabalhar menos sem sentido & Dar mais sentido ao que faço
Andar menos de carro & andar mais a pé ou de transporte público
Dormitar menos & dormir mais
Fazer menos coisas ao mesmo tempo & ganhar mais tempo para quem amo
Ser menos complacente & desanuviar mais com o resto do mundo
Perder menos tempo com bobagens & Fazer mais bobagens como blogar etc.

É isso. Projeto 2010: em direção ao Zen.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Cores

As definições de cor no Brasil sempre foram um indício de como a questão racial entre nós tem peculiaridades (o que é óbvio, pq em qualquer lugar tudo tem peculiaridades). Enfim.
Mas outro dia ouvi uma definição que me chamou mais atenção do que aquela do marrom bombom. "Eu que sou assim meio seis e meia da tarde..." Adorei. Pena não ter sabido dela antes, talvez eu tivesse tido tempo de convencer meu pai que ele era algo assim, tipo seis e meia.

domingo, 22 de novembro de 2009

Vestibular II

As reflexões em dia de Fuvest não param.
Além de pensar sobre a dor nossalheia, reflito sobre esse esforço de formação.
No final, o sofrimento inerente é uma bobagem tão grande... Pq acabamos virando aquilo que somos, já que o que somos são as nossas próprias escolhas. E as circunstâncias, ou a Fortuna se pensarmos metafisicamente, se deparam sempre com nossa maneira particular de lidar com os acontecimentos. Mas não dá para saber disso a não ser muito mais tarde, quando o tempo já esgarçou e quando o futuro não é mais uma promessa, mas é o dia-a-dia.

Vestibular

Pegou seu casado?
Ahã.
Os documentos?
Ahã.
Está levando celular, eles não avisaram no jornal que não podia?
Saco. Não precisa se preocupar que eu sei o que estou fazendo.
Está nervoso?
Saco. Não precisa se preocupar comigo, eu tou bem.
Quer que eu te espere entrar?
Não.
Tudo bem então?
Tudo. Tchau.
Ele entra na USP para o vestibular e eu volto prá casa. Em conflito. Pensando que ter filhos é sofrer profundamente dores do outro que o outro nem sabe que tem. Sofrer mais, pq quando é com a gente dá para se defender. E não dá para se defender de uma dor que não é nossa. Essa é a chave: a dor não é nossa e não dá para misturar.
Ahã. Quem disse que funciona?

domingo, 8 de novembro de 2009

Como é que é?

Não adianta. Entra dia, sai dia e eu ainda me surpreendo. Veja o caso da aluna da Uniban que apareceu com um micro vestido e quase foi linchada por seus colegas. Agora a universidade (?) resolveu expulsá-la por conduta inadequada. E os quase linchadores foram apenas suspensos. Sei não, posso estar sendo inflexível, mas parece novamente aquela história do estupro: eu estuprei pq ela estava provocando usando a mini saia. E daí que ela usava mini saia? E daí que ela é sem noção? E, mesmo que acabe nas páginas da playboy, a questão de fundo não pode ser essa. E não vou discorrer aqui sobre as razões. Elas deviam já ser ponto pacífico a essas alturas do campeonato social.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Tempo

Não adianta marketeiro de auto ajuda falar que tempo se administra. Nada a ver. Tempo se usa, gasta e perde. E escapa. Eu, por exemplo. Cheia de anotações sobre assuntos diversos para postar e não consigo sentar e fazer. Pura falta de tempo. Assim que ele pintar por estas paragens eu vou escrever tudo no atacado. Mas vou soltar no varejo, questão de manter a periodicidade. Sabe como é, uma vez jornalista, sempre jornalista. Com ou sem diploma...

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Na sala

Dando aula. Meio período já andado, Bruno gentilmente solicita: dá pra ir embora? Eu, com pouca vontade de lutar contra o inevitável, penso em aceitar e comunico: "então vou fazer a chamada, já que foi pedido". Ao que Bruno responde: pedido não, né fessora! Eu não falei nada de chamada, aí a sra. tá me complicando. E eu respondo para ele, baixinho, "é, estou querendo espalhar a cizânia...". Bruno, rápido no gatilho:"Cizânia? Essa menina eu acho que também não veio...".

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Hebe... quê?

Conversando hoje com M. sobre idade (ai, esse papo está tão constante...), lembrei-me de uma típica da minha mãe. Estávamos na fila para o check in da gol. Cheia, como sempre. Aí um senhor resolveu passar na frente, alegando ter privilégios por ter mais de 65 anos. Ao que minha mãe, com aquele seu jeitinho tranquilo (que só serve para camuflar uma persona absolutamente firme e briguenta) pontuou que por isso não, ela também tinha mais de 65. O homem não se fez de rogado e aproveitou a deixa: "imagine, com essa cara, essa pele, só se me mostrar a carteira de identidade, não acredito". Atrás, na fila, escutei vários murmúrios de hum hum. A resposta de minha mãe, olhando para a fila e para mim por sobre o ombro: "hunpf, além de fura fila é hebefrênico...". P.S.: Hebefrênico: adjetivo que diz respeito à hebefrenia, ou seja, conjunto de distúrbios que aparecem na adolescência, demência precoce...Ou, no caso, velhos querendo se passar por jovenzinhos saltitantes. Imagino, pq fiquei com cara de cachorro que caiu do caminhão de mudança como todo mundo que ouviu a frase final.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Pierre, aquele que (quase) morreu em vão.

Pierre era um galo bonito, esverdeado. A crista era achatada, como se fosse uma boina. Daí o nome. Deu várias ninhadas e, como acontece no reino animal (que não sofreu a separação edipiana e, consequentemente, o processo civilizatório), passou a sofrer com a provocação dos filhos. Não havia dia sem que Pierre não apanhasse feio, ficasse todo lanhado e sangrando. Apiedados, nós humanitários, resolvemos abatê-lo. Como a maioria dos seres humanos, revestimos esse ato de um complexo ritual. Pierre, em honrarias, seria transformado em um coq au vin. Fiquei encarregada de comprar os apetrechos e configurar a receita. Mas cometi um erro profundo. Motivada pela minha usura (segundo M.) ou pelo meu saudosismo (da época em que consumir vinho que deixava a boca roxa era até chic), comprei um Sangue de Boi. Sim, aquele, que ainda existe nos supermercados. Ao abrir e cheirar o vinho (?), descobri que submeter o falecido Pierre a tal condimento seria antes que uma justa homenagem, uma afronta. O que fazer? Pierre já estava descongelado, preparado para o molho. Improvisei. Temperei com ervas, alho e cachaça (da boa) e transformei o coq au vin em um galo caipira. Afinal, apesar da boina, Pierre nasceu e viveu por essas paragens. Nunca conheceu os ares franceses e foi brevemente feliz em solo caipira. O resultado foi agradável. Uma despedida adequada para um bom galo. Ave Pierre! Nós, que aproveitamos, te saudamos!.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

As velhinhas

Estavamos conversando eu e minha amiga Cláudia D. sobre a propaganda das havaianas que saiu do ar e foi para o youtube , e sobre a caretice das pessoas, quando ela lembrou de uma história de sua mãe. A mãe da Cláudia, italiana e bem religiosa, tinha umas idéias muito interessantes sobre a moral e os costumes. Como quando foi assistir à peça Closer com seu grupo de terceira idade. No retorno comentou com a filha: "o problema foi quando voltávamos no ônibus. Todo mundo falando sobre a cena em que eles escrevem sobre sexo com aqueles palavrões. Até que uma disse: devíamos ter saído na hora, para mostrar nossa indignação. E eu pensei: vexame um, levanta uma fila inteira de velhinhas e sai do teatro. Bem, eu podia não ir, mas daí iam ficar todos do teatro me apontando e pensando: olha lá a velhinha sem vergonha..." De outra feita, ela foi assistir ao Decameron e saiu concluindo: "agora eu sei a diferença entre erotismo e pornografia. Essa peça, por exemplo, tem um monte de gente pelada se esfregando e é engraçada e boa. Quando é pornografia só tem um monte de gente pelada se esfregando e não é bom, nem engraçado."

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Tem dias

Esquisitos. Tem dias que são esquisitos. Hoje, por exemplo. Começa que é o primeiro dia da primavera e chove, chove. Nublado, pesado, plúmbeo mesmo. Em vez de cores, cinzas por todos os lados. E nada parece caminhar, andar, desenrolar. Tudo meio travado, do trânsito ao pensamento. Tão estranho que nem as boas notícias caem bem.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Admirável mundo novo

Qualquer um que se refira ao mundo de hoje como "Admirável Mundo Novo" já insinua a idade, a crença e a leitura, se bem que pouco usada hoje em dia para metaforizar esse caos que marca a nossa existência. Talvez pq, apesar das controvérsias éticas em torno da questão genética, nosso mundo novo tem mais a ver com a questão do grande irmão. Bem, mas não é propriamente o que me interessa já que há séculos abandonei a paranóia sobre a observação. Que me vigiem a Cia e os extraterrestres, que diferença fará? Estou mais interessada nas novas formas de sociabilidade virtuais. Blog, facebook, orkut, twitter, linkdn e agora um tal de netlog. E eu em todos, ou quase. Nunca aderi ao MSN e confesso que tenho entrado no Gmail invisível, pq todas as vezes que estou visível acabo tendo que responder a milhares de perguntas de alunos sobre tudo o que me diz respeito. O que não é pouco. Enfim. De resto adoro a possibilidade de falar, mesmo que de forma fugaz, com tanta gente que está distante. Ou quase, considerando-se que em Sampa quem mora ao lado pode estar longe. Mas admito que estou meio atordoada com a quantidade de informações que recebo desses ambientes. Além dos convites para causas e etc, agora resolveram em adicionar a uma máfia. Assim, simplesmente. E ninguém me explica o que eu devo fazer ou deixar dê. E tem também uma fazenda, ou algo do gênero. Nessas horas descubro-me muito desatualizada. Minha linguagem é semi virtual. E eu sou semi moderna. Semi urbana. E sem saco, vamos ser explícitos, para tanta coisa ao mesmo tempo.

domingo, 20 de setembro de 2009

Como é que é?

Assim ó. Um empreendimento imobiliário na Granja Viana (em Sampa) desmatou uma área enorme de mata nativa, habitat de animais em extinção, como mostra o site do Proam. Apesar de acostumados a rapinagens gerais em terrenos no local, a coisa foi tão assustadora que os moradores dos arredores resolveram protestar. Protesto vai, protesto vem, a tal incorporadora (famosa pelos empreendimentos de alto padrão e pouca vegetação), resolveu contra-atacar explicando que o tal condomínio é super legal, vegetal, verdinho mesmo. Que a área desmatada será depois recuperada quase que de forma dobrada. Alguém aí entendeu a lógica? Desmatar para depois preservar? Em dobro? Eu não consigo acompanhar o raciocínio. Deve ser de comer muita alface com agrotóxico. Enfim. Espero que eles coloquem o processo revolucionário que inventaram no domínio público. Vai ajudar um montão de gente que quer recuperar áreas degradadas. Mas, do jeito que as coisas são, devem patentear. E a gente só vai poder usar essa metodologia daqui há alguns anos. Pena né?

Terapia no domingo

Faço terapia desde os 23 anos, apesar de no momento estar num daqueles intervalos que só voltando para a terapia para entender. O resultado deste longo processo é um razoavel conhecimento das próprias neuroses, incluindo aí a onipotência e a necessidade de controle, aliás bastante interligadas. Enquanto a onipotência dá aquela sensação extasiante de poder fazer tudo, a necessidade de controle angustia e tenta criar condições para que o fazer-tudo quase se faça. Quase, pq nunca dá certo. E essa é precisamente a vantagem da terapia: ter aprendido que, se não consigo deixar de lado as neuroses, pelo menos não devo ficar me lastimando muito quando o óbvio acontece. Bem, tendo isso em mente neste domingo dividido entre trabalhar, trabalhar e cuidar da casa (o que já não tem a ver com as neuroses citadas, mas sim com a ascendência em virgem, dizem os especialistas de outra área), fico me perguntando pq não consigo repetir uma única vez uma mesma receita? Pq minha cozinha parece o rio de Heráclito, um comensal nunca provará do mesmo prato duas vezes? Se tenho que manter tanto controle sobre tudo, como não consigo realizar um simples processo de padronização dos procedimentos na hora de fazer pão, por exemplo? Ou farofa? Ou fritar ovo? Essa característica errática tem a ver com uma necessidade interna imperiosa de quebrar regras o tempo todo? Logo eu, adepta das regras? Será um desafio inconsciente constante ao meu superego superlativo? Acho melhor voltar para a terapia. Ou para a cozinha, vá lá.

sábado, 19 de setembro de 2009

Sabadão

Eu descobri que sou uma pessoa sem sábado. Pq se eu não trabalhar no sábado, a semana fica um inferno. E o que é pior: eu sempre fico meio estranha no sábado. Sabe como é: trabalho, trabalho e um monte de outras coisas. Hoje, por exemplo: levei o maridão de madrugada no aeroporto, depois fui no feirão de fábrica da GM, depois fiz supermercado e, não contente, desliguei o freezer para limpar depois. Aí já viu, milhões de coisas para cozinhar, arrumar, picar, guardar em outro canto. Resultado: amanhã teremos chester e pão de pinhão, com couve de algum jeito (ainda não sei qual), mais pimentão assado e arroz de forno. Sem falar na pasta de shiitake. Considerando-se que talvez só eu almoce em casa, terei que lavar o freezer no domingo. Senão, como vou guardar o resto dessa comilança? E pensar que eu escolhi a vida acadêmica... Bobagem. Devia ter me especializado em artes domésticas. Muito mais criativas, de certa forma compensatórias e, se bem feitas, talvez melhor remuneradas. E eu podia estudar filosofia à vontade. Só por diletantismo, como um bom filósofo...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Briiigado

Em Montevideo, sem perceber, começo a portunholar. Inconsciente. Do mesmo jeito que, ao telefone, passo a tutuzar: verbo que significa falar com o uso do Tu, pronome comum na ilha de Santa Catarina e que eu, paulista de Florianópolis, só emprego quando falo com minha mãe ao telefone, ou quando encontro com a Marcia -- daí a tutuzeira é braba. Bem, em Montevideo o negócio é portunhar. Ou melhor, portunharabizar. Porque, segundo o maridão, passei a falar obrigado que nem o Maluf: briiigado. Cada um com o sotaque que merece...

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Novamente no aeroporto

Viajando para Montevideo. Um final de semana com o maridão. Antes de fazer o check-in o funcionário da empresa aérea dá as instruções de praxe sobre o que levar e o que não levar na mala e na bagagem de mão. Como é vôo internacional, líquidos e cremes só até 100 ml, em saco plástico adequado (até aí tudo bem, como já tive que jogar muita coisa fora, consegui aprender). Ele pergunta se tenho algo assim, lembro que guardo na bolsa um frasco de hidratante no qual coloquei álcool em gel -- no início da paúra da gripe suína. Mostro e ele diz: tudo bem, não foi manipulado, é só colocar no saco plástico. Eu argumento: mas foi, eu que coloquei o álcool. A essas alturas o marido olha feio e o funcionário finge que não escuta e me corrije: como não foi manipulado (só faltou me cutucar). Engulo em seco. Mais uma daquelas em que deixo o espírito escoteira me sabotar. Por via das dúvidas, joguei fora o frasco. E tive que ser tutorada no preenchimento dos papéis da alfândega, proibida terminantemente de marcar sim na opção "esteve em alguma propriedade agrícola nos últimos 15 dias?" Ué, e o sítio não conta? Tudo bem, eu não ia há mais de duas semanas mesmo...

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Injustiça

O mundo é muito injusto mesmo. Eu acho que mereço mil homenagens, mas ninguém pensa como eu. E quando finalmente isso acontece (os alunos me escolheram como professora homenageada em sua coleção de grau) eu não posso ir. Viagem marcada, intransferível. Pode?

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Dilemas éticos

Estava eu num bar em Curitiba com a Márcia B. quando avistei, saindo do bar, o Flávio, marido da minha grande amiga Grace. Corri para alcançá-lo, mas me atrasei por conta das pessoas e da falta de espaço. Nisso uma loira alta passa e abraça o Flávio por trás. Como minha amiga Grace é tudo menos alta, gelei. E agora? Faço o quê? Será que ele anda aprontando? Será que não é nada? Vou conferir? E se eu conferir e for algo, conto prá Grace? Tudo isso em alguns segundos arrastados. Um baita problemão, que eu resolvo com o coração apertado (afinal o Flávio também é meu amigo). Vou sair, ver o que se passa e, na pior das hipóteses, deixo ele bem sem graça com a minha presença. Resolução tomada, resolvida temporariamente a questão, alcanço o Flávio e a loira. Nisso a Grace em pessoa, que já estava na rua, me vê e grita: "querida, tu por aqui!". Abracei a baixinha e quase chorei de contentamento. Daí contei para os dois e para a loira (Helena, a filha do Flávio que eu não via há anos...) todo o dilema ético que eu vivi naqueles segundos. Grace e Helena riram um monte. Flávio ficou passado. E eu, bem, aliviadíssima de não ter que pensar no assunto. Ufa.

Mais da Manca e da Panca

A Panca é talvez a única pessoa que, em vez de fazer a prova para tirar a nova via da CNH, preferiu fazer as três aulas. Começa que chegou no curso com papel e caneta, pronta para as anotações. Só ela, claro. Nem a professora tinha papel e caneta. No final do processo, ela aprendeu uma coisa super importante: como dormir de olho aberto. Fundamental.
A Manca, que também não regula, interessada questionou a amiga sobre o aprendizado dos primeiros socorros: "vc sabe o que fazer ao encontrar alguém acidentado perdendo sangue em jato?" A Panca sabia: "a gente põe o dedo no furinho...".

Aventuras da Manca e da Panca em Curitiba

A Manca no boteco discursando sobre Heráclito e a impermanência, quando a Panca pergunta:
"o que tem nessa cachaça?" A Manca responde: "não sei, só sei que se chama Germânia". Ao que a Panca conclui: "Caetano tinha razão. Filosofar, só em alemão mesmo".

domingo, 6 de setembro de 2009

Rapidinhas

A Manca disse: sou errática.
A Panca respondeu: e eu sou corréctica.
Coisas da Panca, que pode não ser corréctica, mas é rápidica de raciocínio.

Aventuras da Manca e da Panca

A Manca e a Panca foram para Curitiba. Depois das inúmeras reuniões e conchavos, resolveram passear. É claro que estava chovendo e as duas não tinham sombrinha.

Mas foram. A Manca correndo, apesar de claudicante, e a Panca no passinho dela -- bem curtinho, devagar e sempre. A Manca enganou a Panca e a fez andar um montão. A Panca só reclamava, mas andava, andava, andava. Foram na feira, compraram coisinhas e a Manca ganhou da Panca um boné. A Panca ganhou da Manca um colar e, assim ornadas, foram ao Museu. A Manca entrou e, na entrada, sem querer arrebentou a fechadura do armário que a segurança tinha indicado para guardar as milhões de sacolas. E andaram mais e mais e mais. A Panca reclamando e devagarinho, devagarinho. Uma hora elas entraram na sala dedicada a um artista local. A Manca virou pro lado e, cadê a Panca? No Museu, ela corria, corria. "Claro, não gostei", esclareceu quando foi, finalmente, encontrada.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Cadê meu alaúde? Parte 4, ou A Derradeira

Nossos valentes paulistas, tendo rejeitado a tentação do inominável, seguiram confiantes que o companheiro os acompanhava. Qual não foi sua surpresa quando, ao olharem para trás, não viram nem poeira de Silvio. Logo em frente encontraram o resto da comitiva que saiu a galope para salvar o insensato. Não conseguiram. Voltaram todos, agora quatro, sem notícias do tentado pelo coisa ruim que, com certeza, embrenhou-se pelo cemitério. O que foi feito dele? Essa é outra história. O que se sabe é que foi a primeira e a derradeira vez que acompanhou a cavalgada. Meio chateados com a perda, mas também culpando o temerário, os cavaleiros voltaram para o caminho e, num passo curto pelo cansaço dos cavalos, trilharam os 15 quilômetros que faltavam para o momento da separação. O primeiro a pegar o caminho solitário foi o Rapaz. Logo em seguida, ficou Nino em sua casa. E os paulistas, que moravam oito quilômetros depois, seguiram sozinhos, exaustos, com frio, mas também certos de terem provado serem tão valorosos quanto os filhos de Cunha. Certos de que de agora em diante, também merecem esse reconhecimento. No dia seguinte Comendador acordou cedo e, satisfeito, foi espalhar seus feitos nas redondezas. Só para descobrir que, naquele momento, já se comentava que os agora novos cavaleiros de Cunha tinham feito bonito.

Cadê meu alaúde? Parte 3

A noite era de lua pela metade, mas clara como só o céu de Cunha comporta. Tão clara que se via a sombra dos cavalos e cavaleiros, cansados, mas felizes com a cavalgada. Alguns mais felizes que outros. Como já dito, Silvio bebeu todas as pingas que o padre não viu, apesar das admoestrações de Nino em contrário. Era a primeira vez que ele acompanhava a comitiva. Era o teste para ver não se aguentava o tranco, mas se conseguia aguentar sem a cachaça. Rapaz ficou atrás para controlá-lo, mas ou não teve pulso e não quis contar, ou coisa pior. Tanto que os cavaleiros acabaram formando dois grupos de andança. Nino e os paulistas na frente e os filhos de Cunha atrás. Em certa hora o cavalo de Nino mostrou que, apesar do dito, tinha balda sim. Refugou e exigiu pulso do seu cavaleiro. Virou para trás e juntos, cavalo e cavaleiro, atingiram a amazona que os seguia colada. Esta, por sua vez, montada no tordilho bom de boca, conseguiu safar-se sem muita quebra, apenas com uma escoriação no joelho, por sorte o são. Seguiram os dois grupos pela estrada enluarada. O primeiro esperando o segundo, que insistia em parar de bar em bar. Lá pelas tantas, Rapaz cansou da romaria e alcançou os da frente. Por algum motivo, talvez até compaixão, os paulistas acabaram encurtando o passo, esperando Sílvio. Esse foi seu erro. Nem a lua forte conseguiu impedir os três na retaguarda de duvidarem do caminho. Nino e Rapaz iam longe e atrás só Silvio podia afirmar se a estrada era mesma aquela. Lá pelas tantas, os três pararam, perdidos. E os paulistas descobriram que Silvio não falava mais coisa com coisa. Comendador ainda insistiu, tentou fazer o Silvio ver a razão, mas suas palavras caiam no gelo da noite. Para piorar, a parada se deu em frente ao cemitério das abóboras. E o filho de Cunha, atiçado pelo coisa ruim, propôs que encurtassem o caminho margeando os jazigos. Os paulistas, que dos casos de assombração de Cunha já estavam avisados, recusaram e seguiram caminho.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Cadê meu alaúde? Parte 2


Na Saá Mariinha, vidente curandeira, os cavaleiros paulistas ficaram inquietos. Não estavam acostumados à missa tão longa, ao padre repreendendo, aos sinais de silêncio. O comendador desconfiou da apropriação que considerou indébita. Desde quando Saá Mariinha pertencia à Igreja constituida? Também estranharam a falta de lixeiras, verdade seja dita. Como intrépidos cavaleiros, porém, dispostos a serem reconhecidos como aos filhos de Cunha, apreciaram o churrasquinho, apesar de não tomarem da cumbuca santificada de que todos tomavam. Não conseguiram deixar de lado sua crença na gripe suína. Mas comeram algodão doce, pipoca e quetais. Ouviram os violeiros e aprovaram o leilão de frango assado, pernil e bolo. O comendador, especialmente, lutou bravamente com seus lances para arrematar um frango, mas acabou deixando perder a contenda. Não por receio, mas por respeito ao ancião que com ele disputava. Gostaram dos ditos e das conversas, mesmo preocupados com os cavalos. Principalmente a amazona paulista, que tinha lá suas esquisitices no trato dos animais e insistia que o Lovato, seu cavalo tordilho, estava com muita sede. Posaram para fotos, como essa com a amazona e o Nino, ambos preocupados que a lente capturasse suas almas. Ficaram até o sol quase se pôr e daí forçaram a volta, que não foi muito bem recebida pelo Rapaz e por Sílvio, esse já tomado pela cachaça escondida do padre. Novatos, bem que queriam ficar na festa, que estava começando a esquentar. Mas Nino impôs sua autoridade e todos se foram, deixando para trás as conversas e as promessas a Saá Mariinha, vidente curandeira que nunca negou a fé do povo de Cunha. Resolveram voltar pela estrada de asfalto, que a trilha se mostrava mais longa e a noite prometia frio.

Cadê meu alaúde? Parte 1

Oito horas da manhã. Os cavaleiros de São Paulo seguem destemidos para seu desafio: a cavalaria até Saá Mariinha das Três Pontes, vidente curandeira que nunca negou a fé do povo. Mas no íntimo temerosos de que a árdua cavalgada sobre trilhas e encostas não lograsse o verdadeiro intento, garantir um lugar junto aos bravos cavaleiros de Cunha, traquejados na lida do campo. A idéia era antiga. O cavaleiro paulista, comendador, homem grande e de boa índole estava no seu íntimo cansado das dúvidas que lhe lançavam, nunca diretamente, os amigos daquela vila distante. Desacostumados com seu tamanho, duvidavam de sua capacidade como cavaleiro -- e mais ainda do seu cavalo. Disposto a provar seu valor, convenceu sua companheira, que apesar de mais leviana, também ansiava por calar os murmúrios de dúvidas, já que naquelas paragens, mulher não cavalgava. Com o céu mais azul que se possa descrever, seguiram os cavaleiros seu caminho, recolhendo companheiros na passagem. A maioria dos comprometidos abandonou a viagem. Só restaram os cavaleiros paulistas, seu fiel companheiro Nino, acompanhado do Rapaz e o Sílvio, que pela primeira vez seguia a comitiva. Na casa da Cida, última parada antes da parte mais íngreme da jornada, só ouviram a desdita: "vão aguentar? gostam de caminho difícil?". As desconfianças só reforçaram a vontade dos cavaleiros paulistas que seguiram seu rumo em direção à Catioca. Encostas, trilhas, pastos, estradas antes nunca cavalgadas. O comendador paulista seguia na frente, impávido, O tempo passando a passo de cavalo e o sol a pino. Duas da tarde, finalmente, os cavaleiros paulistas e filhos de Cunha chegam ao destino: o casebre de Saá Mariinha, a pequena capela e a Igreja improvisada. A festa já corria solta, com o povo amontoado, uns rezando, outros proseando. E alguns desgarrados bebendo no bar adiante, aquele que o padre nunca consegui proibir, mesmo tão próximo do lugar santo.

O dia em que o Gmail parou

Faz mais de vinte minutos que eu tento e nada. O Gmail responde impassível: Error. Tente novamente. No começo pensei que era coisa só comigo (não consigo me furtar a uma boa e velha mania de perseguição). Depois entrei no twitter e descobri que a Caru também acusava o problema. Ufa! Se não é só comigo, pode ser que eles consertem logo, certo? Errado, nada do Gmail e eu não sei o que fazer sem ele. Até as tarefas do dia estão armazenadas no novo Tarefas. Sem o Gmail eu não existo. Não tenho mais arquivos, não sei como falar com as pessoas, não lembro o que tenho que fazer e não tenho como fazer qualquer coisa, pq está tudo lá. Simplesmente tudo. Até os documentos, no google docs. Faz-me refletir sobre o sentido da dependência. A auto suficiente total dependendo de uma entidade, de um ser não vivente, indefinido, onipresente, onisciente e controlador. E eu que achava que tinha perdido meu vínculo com a religiosidade...

Cavalaria

Dessa vez foi muito. Cavalaria para acompanhar a festa da curandeira vidente Saá Mariinha. Longe pacas. No total, ida e volta, 11 horas e 15 minutos no lombo do cavalo. Oitenta quilômetros percorridos, num dia lindo com um céu de um azul indescritível, por trilhas e estradas desconhecidas. E a volta em uma noite tão enluarada que fazia até sombra. Um frio de rachar. Com direito a parada em frente ao cemitério, conversa de assombração, gente perdida na volta e muita dor nos quartos.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009



Tem dias que eu me sinto tão assim...

sábado, 15 de agosto de 2009

A lógica do presente

Algumas pessoas próximas dizem que eu sou péssima para se dar presentes. Porque não gosto, porque ponho reparos, etc. Outras pessoas próximas dizem que eu sou ótima para dar presente: porque gosto de quase tudo e porque valorizo o que me dão, usando imediatamente.
Então, quem tem razão? Após muito refletir sobre este paradoxo, cheguei à conclusão que sou bem chata, a não ser para pessoas que entendem minha lógica em relação a presentes. Vamos lá: por que damos presentes? 1) Porque é de praxe em certas ocasiões; 2) Para agradar; 3) Porque gostamos de alguém e queremos deixar isso claro. Então, deixando de lado aquelas situações em que temos que dar presentes porque temos, vamos pensar naquelas em que desejamos presentear. E presentear pessoas próximas, não conhecidos. Em primeiro lugar, acho que dar presentes envolve não só demonstrar que nos importamos com alguém, por isso o dito cujo, mas também que somos capazes de enxergar como é a pessoa a quem desejamos presentear. Ou seja, nos importamos tanto que paramos para pensar em "quem" é essa pessoa. No meu caso, por exemplo, quem pára e pensa, logo percebe que eu provavelmente vou ficar desconfortável com presentes muito caros e que não necessariamente irei adorar algo porque está na moda ou foi comprado em uma loja chic. Sabe que não usarei roupas e sapatos desconfortáveis, mesmo que lindos, e muito dificilmente vou gostar de bolsas, a não ser que sejam artesanais ou bem grandes, daquelas de lona ou plástico, e sempre possíveis de se carregar no ombro ou nas costas. Por outro lado, nota que não me importo de ganhar coisas para a casa e que livros de qualquer tipo são sempre uma boa pedida. Agora, se a pessoa for realmente perspicaz, perceberá que objetos aparentemente estranhos podem me agradar sobremaneira. Este ano, por exemplo, adorei a camiseta do Star Treck dada por uma amiga. Por fim, essas pessoas também sabem que, na falta de um presente, um cartão feito a mão mesmo vale muito. Tanto que guardo quase todos os que já recebi até hoje.

Sábado

O dia está lindo lá fora. Ensolarado, fresco, iluminado.
O que estou fazendo aqui dentro, teclando?
Arrumando coisas, pensando em trabalho?
Bem, pelo menos tenho as janelas.
Metáfora da vida, talvez. Sempre podemos ter as janelas.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Sexta-feira

Véspera de sábado. E eu aqui, com milhões de papéis e livros e planos de aula e preocupações. Não era para ser o dia nacional da cerveja?

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Mistérios

Oi, queria depilar.
Pois não, a que horas?
Lá pelo meio da tarde, pode ser?
Pode, tem preferência de alguém?
Não, não tenho.
Então vou marcar com a fulana.
Ok, por mim tudo bem.
Vai fazer o quê?
Meia perna e virilha.
Ok. Íntimo também?
Ah?
O íntimo, vai fazer também?
Acho melhor não... Já chega a terapia.
Ah?

O que aconteceu?

O que aconteceu, que vc está assim tão espinhenta?

Nada

Como nada? O que aconteceu?

Já disse que nada.

Não pode ser nada, o que aconteceu?

Nada e não quero falar sobre isso.

Se não quer falar é pq aconteceu alguma coisa. O quê?

Saco.

Fala.

Não tou a fim.

Faaaala.

Tá bom. Tou de saco cheio com ser o bode expiatório, com o fato de vcs ficarem o tempo todo falando das minhas manias, sempre injustificáveis, e quando eu falo das de vcs aí é diferente, aí não tem nada a ver, aí são plenamente justificáveis. E tou de saco cheio de ter que ficar fazendo coisas o tempo inteiro pra todo mundo e ninguém, ninguém, se preocupar a mínima com o que têm que fazer pra mim e nem se preocupar a mínima com o que eu posso precisar. Eu não ganhei um presente de aniversário de vcs e dei presente pra todo mundo, presentes beeeem caros e custosos e que deram trabalho para comprar, só pq vcs queriam. Estou de saco na lua de vcs todos os autocentrados. É isso.

Ihh, se tá espinhenta mesmo, não? Não é prá tanto, viu?

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Prioridades

O sentido de prioridade mudou radicalmente. Agora ela é medida pela urgência. Se temos algo prioritário a ser feito e ganhamos mais tempo, em vez de organizarmos o prioritário com calma e qualidade, postergamos. No lugar colocamos outras coisas que precisam ser entregues antes do prazo final ampliado. No resultado, continuamos fazendo o prioritário na correria, em cima do prazo, do laço e do dead-line. E a escala de medição passa a ser: prioritário é sempre (e unicamente) aquilo que temos que entregar em primeiro lugar.

Em cima

Reproduzo as de Veríssimo hoje no Estadão:
KK
(Da série Poesia numa Hora Dessas?)
Karl Kraus era de Viena
cidade de marzipã
onde nasceram
o nazismo e a valsa
e o Dr. Freud e seu divã
Foi KK quem previu
a grande confusão
que nascia
em sua Viena de então
E disse o que não diziam:
que o mal dos poderosos
era mentir para a imprensa
e depois acreditar no que liam
KK, como se viu,
também previu
o Brasiu.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Piadinha

Criada por Marcelo e Olívia. Para ser lida em voz alta:
No Brasil tinham quatro operadoras de celular: a Vivo, a Claro, a Oi e a Tim. A Vivo morreu, a Claro apagou, a Oi deu tchau.
E a Tim?
Saúde!
A Olívia tem 8 anos. E o Marcelo, bem, o Marcelo...

O universo conspira contra

Não bastasse o terrorismo ridículo em torno de uma pobre acadêmica tentando terminar seu paper, o fone de ouvido que ela coloca quase encostando no tímpano para não ouvir a barulheira do vizinho, do cachorro e do mundo em geral, começou a dar choque. Pode? Pode. Hoje tudo pode.

Incongruências

Aí o cara manda um e-mail dizendo que a regra do jogo mudou. E que todo mundo deve seguir as novas regras, sendo que não dá mais tempo pq o prazo para a inscrição já acabou. E todo mundo se inscreveu de acordo com as regras antigas. Quem mandou não ser adivinho?

Ah tá

Sarney amparado por Renan e por Collor. E tem gente que defende que isso é normal e faz parte do "jogo político". E que não compromete o grande projeto para o Brasil que a "esquerda" traçou.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Novamente o buraco

O tal buraco negro, aquele da antimatéria que devora tudo ao redor. Eu leio os blogs dos meus amigos e morro de inveja. Todos eles têm mil coisas, a começar por endereços de outros blogs. A construção da tal da rede. E eu aqui, solitária, sem conseguir nem postar direito. Sentindo-me velhona, pq só velhão é que não sabe mexer nesse troço. E eu, que nem consigo adicionar links direito. Mas tudo bem. Tenho pensamento abstrato desenvolvido. Dia desses consigo desenvolver o concretotecnológico também.

sábado, 1 de agosto de 2009

Dúvida

Um paper para terminar, um capítulo de livro para atualizar e eu fico trocando as fronhas dos travesseiros (todos), embrulhando presente de aniversário, separando compotas de doces e pesquisando se vale a pena comprar uma máquina de fazer pão.
A dúvida é: o problema é o trabalho acadêmico ou o doméstico?

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Eu conheço esse truque

Estamos na mesa, eu e Olívia, o anjinho de 8 anos que é minha sobrinha. Chamo o filho, marmanjão de 18 anos que se recusa a sair da TV para almoçar. Chamo, chamo e nada. Até que Olívia comenta: "eu conheço esse truque. A gente finge que não escuta, a pessoa chama, chama até que cansa. Só tem um jeito de resolver, vc tem que ir até lá e desligar a TV..."
Agora tá explicado...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Momentos

Algumas pessoas em alguns momentos na vida conseguem transcender a divisão e a alienação a que todos nos submetemos ao romper com a vida em sua primitividade. Momentos únicos, preciosos, em que entramos em sintonia com o ser e deixamos de ser o que somos. Logo retomamos, é bem verdade, mas para sempre modificados.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

A mosca do cocô do cavalo do bandido

Quem nunca sentiu ser essa mosca? Eu, pelo menos, volta e meia. Geralmente quando não consigo fazer algo que inventei que tinha que fazer. O que acontece, como disse, volta e meia.
Até porque invento muito. Demais. Entra ano, passa ano e eu inventando. Coisas para fazer, para escrever, para pensar, para organizar, para cansar. Para afastar o buraco negro da existência caótica e sem sentido algum. Ah, a falta que faz uma religião... Enfim, na impossibilidade, invento cada vez mais. E faço cada vez menos, porque além de tudo o tempo físico pesa. Resultado: fico feito a tal da mosca: ali, insignificante, mas zumbindo, zumbindo, zumbindo sem parar.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Viagem de férias

Em julho fui para Brasília comemorar o aniversário de 80 anos do meu tio. Minha sobrinha de Florianópolis, de oito anos, também foi comigo. Ela viajou sozinha pela primeira vez -- veio especialmente para a ocasião. Eu a peguei no aeroporto em São Paulo e no dia seguinte fomos para Brasília. Como ela ficaria mais tempo, trouxe uma bagagem enorme, com roupas e também presentes para a família na ilha da fantasia. Desfiz a mala e coloquei tudo em uma mochila (minhas roupas e as dela) e em uma sacola (os presentes) -- pensei em facilitar, já que esperar mala com criança é chato. Assim, só levaríamos bagagem de mão. Liguei para minha mãe, a presenteira, e avisei da mudança. Ela disse tudo bem, pega uma sacola grande. No dia seguinte madrugamos, que o vôo saía às sete. Às seis, pontualmente no aeroporto. Fiz o check in automático. A atendente: é sua filha? Não, é sobrinha. Tem autorização do juizado para viajar com ela? Não, porque no juizado disseram que como somos parentes diretas não precisa. Tenho aqui a carteira de identidade dela e a certidão de nascimento, onde constam os nomes dos avós e também minha carteira de identidade, com os nomes dos meus pais -- que são os mesmos avós dela já que, como falei, é minha sobrinha... Obviamente ninguém na empresa sabia se podíamos viajar. Obviamente foram averiguar e, obviamente, demoraram um tempão. Resultado: saímos as duas correndo para embarcar em cima da hora. Passamos pelo raio x. Tudo, menos a sacola de presentes. A oficial pergunta: o que tem nesse pacote comprido? Não sei, um presente que enviaram para entregar para meu primo. A sra. pode abrir? Claro, não é nada de mais, são apenas FACAS DE CHURRASCO? UM CONJUNTO INTEIRO? Por que ninguém me avisou que eram facas? A sobrinha ao lado timidamente comentou: é, a vovó comprou porque achou lindas... A sorte é que estamos no Brasil e o máximo que aconteceu foi eu ter que deixar as facas, levando só o invólucro, que se transformava em um avental, mais uma luva térmica, um saleiro e um pimenteiro, partes do presente. Já pensou se fosse nos Estados Unidos? Eu não estaria escrevendo sobre o assunto, mas consultando advogados...

terça-feira, 21 de julho de 2009

Típico

Acorda cedo, leva filho para exame de carta de motorista. Volta, computador, e-mails, telefonemas, arruma a casa, faz lista de super, café para a sobrinha que passa as férias, banho, carro, gasolina, pegar filho e levar junto com sobrinha para almoçar (férias), sobrinha passa mal no carro (é criança, já viu o desfecho), para, lava, parada estratégica no super para comprar frango e fazer canja, volta pra casa, canja, almoço mais que rápido, corre, reunião, atraso, trabalha (não remunerado), encerra, volta, leva filho resfriado na aula, volta correndo, mais canja pra sobrinha, tenta prender a cortina recém lavada (não consegue), prepara janta, atende telefonemas, comida pro gato, carinho no cachorro, espera marido pro jantar, responde e-mails (alguns nem dá para pensar), tenta planejar o dia seguinte e desiste, espera filho, põe sobrinha na cama, cai no colchão. Férias...

domingo, 19 de julho de 2009

ó nois aqui traveis

Pela enésima vez, recomeçando o blog. Dessa vez vai. Com direito a links e cabeçalhos e fotos e tudo o mais. Dessa vez vai!