segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Feminismo

Dizem que o feminismo acomete as mulheres quando estão mais velhas. Ou não tão jovens e têm que equilibrar vida amorosa, filhos, carreira. Aí a porca torce o rabo e elas realmente se dão conta das diferenças e entraves. Bem, já passei um pouco dessa fase, pelo menos no que tange ao equilibrio dos filhos (que já estão bem crescidos) e tenho me pegado cada vez mais feminista. Não tanto com o marido, sorte a dele, mas com o mundo em geral. Principalmente quando converso com mulheres muito jovens, quase meninas ainda. Fico estarrecida em ver como o mundo gira, a lusitana roda e as coisas continuam tão parecidas. Como mulheres que trabalham, estudam e sabem que terão que se virar continuam em papéis esquisitos e dependentes emocionalmente. Essa coisa de ter o homem como espelho, de ter medo de ficar sozinha e daí ficar com qualquer traste barbado - e que às vezes nem barba tem, além de pernas que são uns gambitos. De precisar e ansiar pela aprovação masculina acima de tudo. Ficar se matando e sujeitar-se a relações desiguais, quando não perversas, para corresponder às expectativas do cara. Gente, me dá um cansaço...E daí eu deito a falação discursiva. Só depois lembro que o discurso não adianta muito. O que a adianta são as condições objetivas, como já ponderava o velho Marx. Essas mulheres jovens vão penar bastante, mas a vida vai obrigá-las a mudar certos conceitos. E a maior parte delas (espero), vai conseguir tomar o destino nas mãos sem grandes problemas. Afinal, elas vivem em um mundo que oferece alternativas. Basta querer ver.