quinta-feira, 28 de julho de 2011

Preguiiiiiça

Minhas férias foram ótimas. Mas começaram com trabalho, um seminário em Istambul. Que eu financiei e depois fiquei pensando: fazer as férias ao redor do trabalho? Por que simplesmente não tirar férias? Mas, passada a primeira semana de trabalho, sobraram dez dias de férias reais, maravilhosas, com ocasionais idas ao email para trabalhar. Mas bem ocasionais, porque a conexão não era lá essas coisas, graças aos céus. E novamente estou por estas bandas de cá, tomando pé da situação. Da casa, organizando a vida, achando papéis, vendo contas, esquentando para o início do trabalho sem folga. Olhando para a quantidade de coisas que só empurrei para dentro do armário e que estão me esperando abrir a porta. Além de dar medo, faz-me refletir sobre a insensatez de viver neste ritmo alucinado e sem controle. Sem ócio, sem tempo para refletir. Por que a reflexão brota do embate do mundo vivido catalisada pelo ócio. Há anos penso assim, apesar de não conseguir sair deste ciclo vicioso (culpa, acredito, do excesso de energia que me indispõe ao ócio). Bem, hoje fiquei um pouco mais feliz. Lendo o Estadão, vi que Adauto Novaes fará outro de seus ciclos de debates Político Filosóficos. Desta feita exatamente sobre isso, a relação entre a preguiça, a reflexão e o domínio do tempo imposto pelo capitalismo. Viva! Será que terei tempo para participar?