sábado, 8 de março de 2014

Dia Internacional da Mulher

Vó, no contra fluxo, eu resolvi passar o dia internacional da mulher na cozinha. Achei que podia me dar ao luxo, depois de alguns posts no face.
Primeiro arrumei a geladeira nova, que estava fazendo falta aqui no sítio. E nessa arrumação, descobri vários doces de figo (figo verde, figo seco, restos de geleia), que resolvi reaproveitar e tentar transformar na tua figada, aquela que eu sempre adorei. 
Claro que não consegui, pq montes de doces de figo não fazem uma figada. Mas ficou perto. E cozinhar me lembrou muito de ti e dos doces escondidos no armarinho que ficava perto do fogão a lenha. Esse armário povoou meus sonhos de infância. Quase todos os dias eu esperava encontrar a chave na fechadura, e ficava com o olho maior do mundo quando ele era aberto e dava para ver, de relance, as compotas e as adoradas figadas. Na minha casa eu sempre quis ter um armário com chave para guardar as guloseimas. E fui veementemente reprovada, pq "onde já se viu? guardar comida à chave?". Esse povo nunca vai saber o que é ter um armário do desejo, inexpugnável, quase glorioso. Esse armário, aliás, foi também um dos primeiros que me ensinou que temos que ter cuidado com os desejos, já que eles podem ser atendidos. Foi o que aconteceu: um belo dia, esqueceram a chave na fechadura e eu ataquei o armário de doces e comi quase uma caixa inteira de figada. Fiquei com tanto enjoo que só consegui voltar a comer figada depois de anos...
Pois é. Do dia internacional da mulher direto para a figada. E para lembranças de ti, que nesses dias têm aparecido assim, sem qualquer esforço.