quinta-feira, 14 de abril de 2011

Expressões

Existem expressões ótimas vagando por Cunha. Que só descobrimos quando nossas andanças nos levam para os rincões da roça. Como a máxima "quem anda pela cabeça dos outros é piolho", muito bem aplicada para dar conta daquele indivíduo que aceitou sugestão alheia e não se deu propriamente bem. Que foi o caso do motorista da máquina que rodou, mas isso é outra estória que conto dia desses. Uma das que eu mais gosto é a "mesquinha de orelha" (pronuncia-se misquinha de oreia). Refere-se ao cavalo ou égua que tem a mania de mexer a cabeça para impedir de colocar o cabresto. Acho esta ótima e fico pensando em como aplicá-la no contexto urbano. No meu contexto urbano, propriamente. Para começar é bom ficar claro que não deixar colocar o cabresto não é algo bom, sinal de saudavel rebeldia. Ao contrário, é uma balda (teimosia, mau costume - pronuncia-se barda) e como tal desvaloriza o animal. Tem uma situação que me parece adequada para o uso da expressão: naquelas intermináveis reuniões para discutir o futuro do campo da comunicação, quando um professor(a) doutor(a) toma (literalmente) a palavra e impõe seu ponto de vista. E, quando qualquer outra criatura aventura-se a contestar vê seu direito à palavra grosseiramente cortado. Fico pensando que nessas horas bom seria alguém levantar e dizer: "prezado(a) professor(a) doutor(a), por favor não seja misquinho(a) de oreia, respeite o direito do outro, pô!" Mal não faria. P.S. : é claro que eu tenho um misquinho(a) de oreia em mente. Que espero não leia esse blog. Mas caso leia e sinta-se ofendido(a) só posso retrucar com outra expressão, nacionalmente conhecida: se a carapuça serviu...

Um comentário: