terça-feira, 24 de maio de 2011

Digníssima Profa. Dra. Emérita

Minha mãe foi agraciada com o título de Professora Emérita da Universidade Federal de Santa Catarina. Tudo na maior estica. Com o Digníssimo Professor Doutor Reitor de beca. E todos os outros. Pode parecer que não, mas foi uma cerimônia muito legal. Porque apesar da formalidade da ocasião, a informalidade conseguiu penetrar todos os momentos. Desde a homeangeada que quase caiu da cadeira, os seus ex-alunos (atualmente colegas professores) que entregaram flores e presentes fazendo gestos burlescos, os discursos curtos (sempre os melhores) e emocionantes. O da minha mãe estava bem legal, falando do passado e, principalmente, do presente e do futuro. O que é considerável, se pensarmos que ela está aposentada e absolutamente decidida a continuar trabalhando exatamente como antes - sem tirar nem por. Ou melhor, pondo, que cada dia ela parece arranjar mais coisas para fazer. O mais pitoresco talvez tenham sido as interferências indevidas da minha avó. Que fez a maior manha para ir, imaginem. Estava com medo de atrapalhar a cerimônia tossindo. Bem, ela não tossiu. Mas falou alto em diversas ocasiões impróprias, durantes os discursos, por exemplo - como não escuta bem tem esta tendência. A melhor foi quando o digníssimo reitor estava encerrando a solenidade e a Valéria, sua acompanhante e anjo da guarda, resolveu tirar fotos quase colada no homem. A vó não teve dúvidas, tascou um "como a Valéria é metida" lá do seu canto na primeira fila. Que foi ouvido pelo auditório e fez todo o Conselho Universitário, postado embecado atrás dela, rir e correr o risco de perder a pose. Foi muito bom. Sentimento estranho esse, da gente se orgulhar dos pais, no caso da mãe, com o orgulho que temos dos filhos. E, como fazemos com os filhos, ficar exibindo a mãe para os outros.

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