segunda-feira, 13 de junho de 2011

Resoluções

Na segunda-feira, dia 13 de junho, adotei mais uma das minhas resoluções. Decidi não ser tão complacente com a humanidade. Perdoar menos, reclamar mais. Trabalhar proativamente para melhorar o mundo. Sei lá, resolvi. Às 11:15 comecei a por em prática minha resolução. Liguei para o taxista que devia me levar até o aeroporto e, pasmem! Ele tinha me esquecido. Pediu mil perdões, implorou e conseguiu outro taxista que viria em poucos minutos. Minha natureza afável já se contorcia de pena do sujeito quando lembrei: não, chega de complacência com os erros alheios. Então, coerente, simplesmente balbuciei um ahã e desliguei. Chegou o outro taxista, deixou-me no aeroporto. Tinha tempo de sobra, resolvi comer um sanduíche. Horas na fila. A atendente pegou o pedido e eu falei: quero nota paulista (a gente informa o CPF e o governo retorna algo dos impostos). Veio a nota e eu perguntei: é nota paulista? Ela olhou e falou: ah, não saiu o CPF (óbvio, já que ela não tinha perguntado qual era para adicionar). Normalmente resmungaria e deixaria passar, mas lembrei da minha resolução e falei: pois eu quero a nota paulista. Veio a gerente, desfez a compra e registrou tudo novamente. Eu virei para trás e pedi desculpas para a fila quilométrica, cônscia da minha nova posição no mundo: "eles cobram caro demais aqui para a gente não exigir os direitos que temos". Refeita a compra, fui sentar. Escolhi uma mesa que estava cheia de pratos e comecei a tirá-los e colocar no balcão. A gerente falou: " a sra. não quer sentar naquela outra alí?" que estava limpa. Falei que não, meio sem pensar. No mesmo minuto, veio correndo uma garçonete com um pano, tirou tudo e limpou minha mesa, assustada. Sentei-me e percebi que cumprira minha resolução a risca até aquele momento. O resultado? Em menos de uma manhã já tinha conseguido me transformar numa chata de galocha.

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