domingo, 13 de março de 2011

Está decidido

Não vou trabalhar mais do que 40 horas por semana. Vá lá, talvez 44. Mas nunca mais que isso. Nunquinha. Tudo o que faço deverá caber nesse espaço-tempo. Sem choro nem vela. Nem fita amarela, nem nada. Nadinha. Ou melhor, tudinho dentro deste tempo, milimetricamente cronometrado. Dar aulas, preparar aulas, corrigir trabalhos, organizar a pesquisa na Escola de Comunicação, estudar. Participar de reuniões, ajudar a organizar congressos, dar pareceres em abstracts, papers, orientar iniciação científica, revisar e atualizar o livro, participar dos grupos de pesquisa, organizar material para publicar, preparar textos para apresentar em congressos internacionais e nacionais. Em 44 horas semanais. O que fica de fora? Os deslocamentos para o trabalho, a organização da casa e o acompanhamento da faxina. Lavar a roupa e, de vez em quando a louça, também não conta. É trabalho, mas trabalho doméstico nunca entrou no computo, certo? Por que entraria agora? Cuidar do gato e do cachorro, cozinhar vez por outra também não entram na matemática. E costurar, ler romances de mistério, ver TV definitivamente são lazer, então nada de colocar nas 44 horas. Caminhar e fazer exercício não é lazer, e ter aula de inglês também não. Mas não deve ser trabalho, tão pouco. Aliás, o que é o trabalho, realmente? Aquilo que é remunerado? Então boa parte das minhas atividades não entram no pacote, mesmo que estejam ligadas à vida acadêmica. Pensando bem, talvez o melhor mesmo seja mudar de profissão. Arranjar uma dessas bem confortáveis, em que a gente trabalha das 8 às 18 com duas horas de almoço e ponto. Isso existe?

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